No bolso que guardo
existe
sempre um trocado
aprendi
no passado.
Existe
o concreto
o
abstrato
atos
retratos.
Existe
um pequeno projeto
um
visto
um
veto
um
presságio
um
eu dormindo
outro
acordado.
Um
bilhete discreto
totalmente
adoçado
temas
cenas
analÃtico
poema.
Prematuro
existe
um precipÃcio
querendo
ser vÃcio
sacrifÃcio
macabro
estigmatizado.
Dentro
dele existe um espaço reservado
com
forro blindado
um
quê duplicado
entre
Deus e o pecado
um
composto para ser detonado
um
amor aquecido
um
zumbido
um
cupido perdido
outro
alternado
aos jazigos.
Existe
um silêncio profundo
um
grito aparente
um
atrito carente
com
cheiro de gente.
Neste
mesmo espaço
existe
um compasso
um
disfarce
um
terço de aço
fé
em pedaços.
Um
bolso com artifÃcios diagnosticados
perfurado
de
cetim roto
rasgado
semelhante
ao algodão desbotado.
Com
um surto invasor
mascarado
de amor programado
um
objeto direto
visando
um luxo teto
com
marionetes.
Ludicamente
vetado
jogo
cronometrado
tempo
contado
até
ser despencado
por
um buraco
literalmente
vazado.
Rosa
Watrin
Lucidez que Contorna
Eu
quero a concretude da lógica
a
lucidez que contorna o minuto insano
o
acolhedor olhar humano
não
as migalhas das intrigas
que
anulam a sensibilidade das retinas.
Ademais
eu
quero preencher a totalidade do meu colo
com
tudo que me cerca e silenciosamente habita.
Compreender
o mofo delator da minha sala
por
escancarar sem pudor as minhas décadas
processando
criteriosamente o tempo que me cerca.
Rosa Watrin
Após
os clarões do dia
sou
como um fluxo mutante
substância
cintilante
opaca
calmante
provocante.
Guardo
mel
por
um fio
um
anel.
Reservo
os ferrões
multiplico
as abelhas.
Ora
favo
ora
centelhas.
Rosa
Watrin