Em
nuanças o lar se mobiliza
gestos
falas
ora
sala
um
sofá
um
cheiro
uma
mesa
um
jantar.
Paredes
semiabertas com a jovialidade do olhar
filhos
para gestar
labutas
a planejar
erros
para decifrar.
Sobre
inúmeras arestas
a
vida caminha no lar
um
pra lá
um
pra cá
ânimos
choros
silêncios
distorcidos
momentos
queridos.
Um
lar muitas vezes parece um parente aparente
um
pente sem dente
um
terço
um
jogo de apreços.
Para
contracenar
um
lar recorrente
possui
pernas
objetos
recessos
um
habilidoso multiplicador de desafetos
arguindo
precipitados protestos
sem
definir
o
que é lar
o
que é afeto.
Lar...conceito
a decifrar.
Se
o sentido de lar for... um modo de amar!
Gosmento
sabores
entre os dentes
doce
ardente
transparente
movente
pendente
gritando
pra gente!
Similar
a um defeso sem defesas
conversas
na mesa
corpos
bem perto
olhares
fechados
olhos
abertos.
Transitando
por domingo amorfo
um
gosto para ser reposto
beijos
sobre um frio pescoço
dos
janeiros ao próximo porto.
Em
preâmbulos a sondar um foco correto
como
descrever o que é um processo ativo
sem
saber identificar um processo morto.
Seria
mais viável para o cético
aceitar
como definição de lar
além
do acasalar
do
verbo amar
a
esperança vivaz
pautada
na congruência de ser
totalmente
solícita
estampada
no rosto das crianças.
Rosa
Watrin, 5 de março 2017